terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Memórias




A forma como educava meus filhos o Raphael e o Victor e eles a tinham como mãe, uma preocupação às vezes até excessiva na disciplina mais gostava muito porque não poderia está em casa constantemente. Mas o fato é que não se contentava com tão pouco sempre queria algo mais de desafio como se nada pudesse preenchê-la nas suas satisfações no servir. Andando pelas ruas encontrou vários meninos que estavam vivendo praticamente nas ruas, sem educação e pedindo alimento nas casas assim denominadas de sobrinhas de comer...
Lembro-me que levou pelo menos uns quatro, mas só lembro o nome de dois deles, o Maguila, que carinhosamente a chamava de mãe Gilza, e o Dudu, que mais tarde já morando em Tenente Laurentino Cruz, ela entrou num supermercado e escutou alguém gritando do fundo da loja... Mãe Gilzaaaaaaaaa....Perguntei, quem é a peça rara e ela me respondeu: Não lembra de Dudu, aquele que vivia com a gente, durante o dia e somente ia para casa a noite.
Foi aquele abraço, agradeceu muito, emocionou-se e disse que já estava casado, viva muito bem, trabalhando como representante de uma firma de alimento. Seus olhos marejaram de lágrimas de felicidade e simplesmente silenciou, não falou nada.
Aqueles mesmos  meninos que certa vez ao chegar em casa, encontrei-os numa fila diante do banheiro e ela com uma bucha dando banho neles, antes já tinha ido na loja comprado roupa simples mais novinha, escova dental, cadernos, lápis e borrachas e o lanche também já estava preparados na mesa, lanchavam e depois aula, numa mesa grande em que todos ficavam em silêncio ao ouvi-la ensinar as primeiras lições.
Claro que com isso tivemos decepções porque políticos como sempre entendiam que fazíamos com intuito partidário, mas nunca foi com esse pensamento, até porque quem fazia era ela e eu pagava o pato por tabela, mas isso não me afetava diretamente, porque era de uma grandiosidade tremenda aquilo que se prestava a fazer. E aconteceu que a mãe de um deles recebeu a visita de pessoas ligadas a política e tirou o menino da assistência dela com promessas que nunca foram  cumpridas e hoje, já um adulto continua a viver cheio de problemas com a família. Há, mas lembro até hoje o momento em que eles tinham que rezar....lembrava de Deó e dizia: chegou a hora de rezar, todos de pé... quem não reza o cão carrega.

continua...
  

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