A forma como educava meus filhos o Raphael e o
Victor e eles a tinham como mãe, uma preocupação às vezes até excessiva na
disciplina mais gostava muito porque não poderia está em casa constantemente. Mas
o fato é que não se contentava com tão pouco sempre queria algo mais de desafio
como se nada pudesse preenchê-la nas suas satisfações no servir. Andando pelas
ruas encontrou vários meninos que estavam vivendo praticamente nas ruas, sem
educação e pedindo alimento nas casas assim denominadas de sobrinhas de
comer...
Lembro-me que levou pelo
menos uns quatro, mas só lembro o nome de dois deles, o Maguila, que
carinhosamente a chamava de mãe Gilza, e o Dudu, que mais tarde já morando em
Tenente Laurentino Cruz, ela entrou num supermercado e escutou alguém gritando
do fundo da loja... Mãe Gilzaaaaaaaaa....Perguntei, quem é a peça rara e ela me
respondeu: Não lembra de Dudu, aquele que vivia com a gente, durante o dia e somente
ia para casa a noite.
Foi aquele abraço, agradeceu
muito, emocionou-se e disse que já estava casado, viva muito bem, trabalhando
como representante de uma firma de alimento. Seus olhos marejaram de lágrimas
de felicidade e simplesmente silenciou, não falou nada.
Aqueles mesmos meninos que certa vez ao chegar em casa,
encontrei-os numa fila diante do banheiro e ela com uma bucha dando banho neles,
antes já tinha ido na loja comprado roupa simples mais novinha, escova dental,
cadernos, lápis e borrachas e o lanche também já estava preparados na mesa,
lanchavam e depois aula, numa mesa grande em que todos ficavam em silêncio ao ouvi-la
ensinar as primeiras lições.
Claro que com isso tivemos
decepções porque políticos como sempre entendiam que fazíamos com intuito partidário,
mas nunca foi com esse pensamento, até porque quem fazia era ela e eu pagava o
pato por tabela, mas isso não me afetava diretamente, porque era de uma
grandiosidade tremenda aquilo que se prestava a fazer. E aconteceu que a mãe de
um deles recebeu a visita de pessoas ligadas a política e tirou o menino da
assistência dela com promessas que nunca foram cumpridas e hoje, já um adulto continua a viver
cheio de problemas com a família. Há, mas lembro até hoje o momento em que eles
tinham que rezar....lembrava de Deó e dizia: chegou a hora de rezar, todos de
pé... quem não reza o cão carrega.
continua...
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