segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Memórias




    Gilza e sua filha Maria Clara - 17 anos.- Muito parecidas, naquela idade.

A nossa primeira viagem para casa em Acari, às 10 horas da noite no dia 31 de julho, em plena festa de Santana, ela dizia que não queria que fosse no dia 01 de agosto. Paramos no meio da estrada, descemos do carro, caminhamos um pouco, local entre Caicó e São José do Seridó, escolhemos uma das estrelas mais brilhantes e diante dela com os nossos olhos ao alto como se fosse um altar e a presença da Luz Divina selamos nosso casamento espiritual com a presença de todas as outras estrelas como testemunhas. Eu disse: Diante do altar de Deus, a natureza que tudo cria e tudo transforma e nos dar a vida material, inspiro o ar que nos dar a vida espiritual Eu te recebo Maria Gilza de Medeiros, como a minha única e legítima esposa, tornando o nosso matrimônio na Presença de Deus como um enlace de amor, ao amor de Deus. De ora em diante amarás ao Nosso Deus em primeiro lugar antes de mim, porque o meu amor também estará em primeiro lugar ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
E ela respondeu: Que também me recebia como legítimo esposo, na alegria, na paz, na prosperidade e nas adversidades da vida. E aceitava amar a Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, na presença de Nossa Senhora Mãe de Jesus.
Não nego, minhas lágrimas rolaram pelo meu rosto e ela sorria, e colocamos nossas alianças invisíveis nos dedos anelares como símbolo de uma iniciação invisível e no plano espiritual.
Alegrias, paz, prosperidade, serviços a obra Deus na Igreja Católica ao lado do Padre Deoclides de Brito Diniz, que todos os dias tínhamos por espontaneidade visitá-lo, ouvir as suas histórias, escutar ele dizer que estava feliz, apesar de tudo. O Padre Deóclides era para nós um sustentáculo, um exemplo de amor, de abnegação, de humildade e nos espelhávamos nele em tudo, a ponto de quaisquer decisões sempre a tomávamos quando o escutasse em primeiro lugar. Visitava a nossa casa, ela preparava jantar com tanto carinho para ele, até flores colocava na mesa, e me dizia sempre que ele era um pai para ela que nunca tinha tido.
Parecíamos duas crianças no dia a dia, apesar de que não conseguia acompanhá-la em todas as alegrias livres, quando chegava em algum canto e parava para conversar com alguém, esquecia o mundo e às vezes tinha que chamá-la, porque de outra forma esquecia tudo até mesmo o que fazer. E confesso que nunca consegui ser assim, uma correria tamanha que não consigo para por muito tempo num mesmo lugar, mas o que me deixava mais feliz é que quando chegava em casa, deitava em nossa cama e dizia: Como é bom deitar em nossa cama, meus pensamentos parecem até que se aquietam, na certeza de que no agora não tenho nada o que fazer.
Ao observar essas situações em colóquio, imaginava em como alguém pudesse ser assim, com uma simplicidade tão grande que até ao deitar na sua cama, agradecia a Deus e dizia: como é tão bom...
Logo na semana seguinte perdeu o seu Pai, por morte trágica ataque cardíaco numa viagem que tinha feito a São Paulo, visitar seus familiares, e fomos ao velório na casa de seus familiares.
Na semana seguinte ao chegar  em  nossa casa em Acari, sentiu saudade de casa e perguntou se podia ir a Caicó, visitar os seus familiares e respondi; Claro que sim, mas com um pouco de receio como se algo pudesse acontecer. Aproveitou uma viagem, num Monza ao lado de  meu cunhado, minha duas irmãs, meu pai e meu sobrinho.
Naquele dia, como sempre fui trabalhar e ao chegar ao Banco do Brasil notei que estava sentindo uma angústia muito grande sem aparências de motivos. E ao dirigir-me ao caixa para abrir a máquina, sem querer emiti um grito, de nãooooooo....hoje não vou conseguir trabalhar, o que é que está acontecendo Meu Deus, protegei-nos........E todos me olhavam e me perguntavam o que estava acontecendo e respondi que não sabia, mas algo estava acontecendo ou que já tinha acontecido, não sei...
Logo em seguida, transcorrido uns 20 minutos recebi a notícia de que eles tiveram  uma grande acidente no automóvel em que viajavam, mas que todos estavam bem e já estavam chegando na Maternidade de Acari, para os procedimentos de urgência. Quase  perdi, todos os meus familiares e inclusive, Gilza que sofreu um corte profundo na cabeça. Quando vi o estado em que o carro ficou, senti que tinha sido a mão de Deus naquele momento que  tinha salvo a todos porque foi um acidente horrível.

“Aquele que Deus escolhe para servir como exemplo a humanidade ou que busca a salvação deve está sempre preparado para agarrar-se a cruz de Cristo, sabendo que essa cruz é o único exemplo. Ele disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida... Ninguém virá ao pai senão por mim”.



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