Olá pessoal, já faz um tempinho que não escrevo e hoje venho para fazer uma retrospectiva dos últimos acontecimentos... Agosto foi o primeiro mês que passei de verdade com os meus, (Filhas e maridos), em casa! Sonho? Não! Realidade! Verdade verdadeira (Risos)...
Setembro chegou e cumpri a promessa que tinha feito a Francisco Bernardo (Tiquinho), diretor da Escola Municipal Silvino Garcia do Amaral, na qual sou lotada pela Secretaria Municipal de Educação – Tenente Laurentino Cruz. Eu estava de volta. E lá aconteceu uma missa em Ação de Graças pela minha saúde, minha volta à escola. Fiquei muito emocionada... Alunos, Pais, Colegas professores, a comunidade reunida para me receber. E veio o desfile alusivo as comemorações da semana da Pátria. Ora, este teria sido o último evento que eu participara em 2010 antes de cair doente... Pois, como queira o destino, e com uma ajudinha do maridão, foi o desfile alusivo as comemorações da Pátria de 2011 o meu primeiro evento educacional. Fechávamos ali um ciclo! Senti-me viva! Feliz vendo os colegas de trabalho, as crianças... Foi lindo! Muito emocionante. Revivi aqueles momentos e de repente é como se nada tivesse acontecido.
Voltei a Natal no dia 13 de setembro para as consultas... Lá estava eu no Hospital Luiz Antônio e em meio ao desespero que sentia naquele momento escrevi... “Quanta agonia!!! Estou aqui e olho em minha volta... pessoas chegam de vários lugares, cada uma com o seu problema... lutas travadas contra o mal... Mal avassalador... Uma tristeza me invade, me perturba, me sufoca... Sinto-me tão frágil, tão pequena... De repente, me sinto carregada, acariciada, minh’alma se regozija. Sinto a presença de Deus... É inebriante... Ele me resgatou!
Vejo a dor, a solidão, o desânimo no rosto das pessoas... Como somos frágeis... Indefesos diante das adversidades! O Câncer é um demônio! Somente Deus pode nos libertar!
Escrevi este pequeno texto lá, sentada em um banco... Desabafei, me senti aliviada. Fui chamada para a consulta e Doutor Carlos Afonso me recebeu com o carinho de sempre, abismado... Disse a uma menina que o acompanhava, (acredito que ela era estagiária do curso de Medicina da UFRN), que eu era paciente “terminal” e tinha conseguido dar a volta por cima. Que era inacreditável está me vendo ali, gordinha de bochecha... alegre, firme. Viu os meus exames e me confirmou: “Vamos fazer uma nova cirurgia. Vamos retirar o lixo que está ai dentro de você”! E eu disse OK, vamos em frente. Ele me tranqüilizou, dizendo que seria um procedimento mais simples e me passou os exames do risco cirúrgico. Me abraçou carinhosamente, expressando a felicidade em me ver tão bem. Vocês não sabem, mas os médicos que se dedicam a Oncologia sofrem bastante, pois a perda de pacientes é muito alta. O Câncer mata muito!
No dia 14 fui para a LIGA, era a consulta com Drª Daniele Soller. Ela ficou impressionada! “Como você está bem Gilza!” Me abraçou, beijou-me, conversamos bastante... Falei da nova cirurgia... desabei! Sabia que mais cedo ou mais tarde iria chorar... Mas com confiança.
No dia 15, consulta com Dr. Rodrigo, médico quimioterápico. Este me recebeu com abraços... Muito feliz. E disse: “Gilza, quero te pedir uma coisa: agradeça a Deus, pois a gente pede muito, mas na hora de agradecer a gente sempre esquece. E algo extraordinário aconteceu com você.” Eu disse: Eu sei que realmente “Eu sou um milagre de Deus e agradeço a todo momento!” Conversamos sobre a cirurgia e ele me disse que eu teria que fazê-la o mais depressa possível.
Voltei para casa, fui a Caicó, encontrei minha família, mãe, irmãos, sobrinhos, primos... Foi muito bom. Emocionante! Na casa de minha irmã Helena houve uma novena em Ação de Graças onde dei meu testemunho. Já fui à Natal, fiz o exame de CA 125, mas ainda não tenho o resultado... somente daqui há 10 dias. Vou fazer o risco cirúrgico em Caicó esta semana... Tenho tido de vez em quando alguns momentos de “chororó”. Ana Paula, Psicóloga da Casa da Família está me acompanhando... Estou bem. Feliz. Pra cima. Com fé e sei que Deus tem falado comigo. Certo dia eu estava em um louvor e em meio as orações, o pregador dizia que quem estivesse doente fosse para receber orações... Tive vontade de ir, pois sabia que as pessoas que ali estavam esperavam que eu fosse... Mas, algo maior me deteve. Uma força e uma voz me dizia: “Não duvides! Você está curada!” E pessoal, se existe alguém que não pode duvidar, este alguém sou eu!
Salmo 86 - 12
Senhor dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.
