domingo, 16 de outubro de 2011

Primeira consulta em Natal



Fomos a Natal, apenas marcamos a primeira consulta para o dia 04 de novembro de 2010. Enquanto esperava em casa o dia em que deveria fazer a primeira consulta com a Ginecologista,  observava que a cada momento o quadro se agravava ainda mais, quantas dores sentia, não conseguia dormir. Como aquilo doía dentro de mim. Minhas filhas choravam baixinho em suas camas, ao longe escutava seus soluços. 
E as visitas a cada momento sentiam suas presenças como formas já desesperadora, entendemos naturalmente em virtude do quadro gravíssimo sem nenhuma perspectiva de esperança por parte da medicina.
O que acreditar. Somente no milagre...
A consulta marcada para o dia 04 de novembro de 2010 tinha chegado o momento. Dra. Ariane o nome da Ginecologista.  Buscava algo que me desse pelo menos um sinal animador, como quem dentro de um rio muito profundo  se apegasse  em alguma coisa para não se afogar.
Do lado de fora do consultório enquanto esperava, limitava-se a ministrar o Johrei para que a médica recebesse a iluminação para atuar na consulta e o diagnóstico fosse  com precisão.  Porém,  sentia ou ouvia não sei, tudo o que estava sendo dito para ela. Naquele momento a porta se abre, Gilza aparece e diz chorando muito: Chaguinha entre,  venha até aqui.   Entrei a Doutora Ariane me pediu para sentar, pegou os exames, falou sobre o caso e disse apenas,   lamento. Precisamos fazer nova cirurgia para retirar colo do útero, e efetuar a colostomia ( transposição através de uma bolsa externa). Enfim, é tudo que a medicina pode fazer. Perguntei-lhe: Quais as chances e me respondeu que naquele tipo de situações as chances eram mínimas.
Foi ai então que Gilza desesperou-se ainda mais e tive que falar sério e bem dentro dos olhos dela.
Você não me disse que ia lutar. Então lutemos.
Doutora,  a Senhora acredita em Milagres. Ela nos disse que acreditava. De pronto, convidei-a: Vamos acreditar neste Milagre. Ela disse: vamos.
Foi ai então que solicitaram todos os exames necessários, CA 125, colonoscopia, entre outros.
Voltei para Tenente Laurentino para providenciar outros exames, inclusive o de histoquímico  pelo material colhido  da primeira cirurgia, objeto da biopsia que acusou o problema, cujo material  estava em Caicó.
Quando estava em diligência para resolver sobre o exame histoquímico, um médico do laboratório em Natal liga para o meu celular para dar um resultado do exame de sangue CA 125, antes de dizer para a paciente sobre a gravidade do problema. E me perguntou se era o esposo dela, se sabia da gravidade do problema, enfim, acredito que muito assustado diante do fato.
Respondi que sabia. Então ele me falou que já estava muito avançado e que na corrente sanguínea a incidência era muito alta já e sem controle, ou seja, metastase.
Apesar de saber da gravidade, sempre é mais um momento de desespero, ainda que passageiro. Pouco tempo depois, Gilza me ligou e já estava mais controlado emocionalmente e ela estava num desespero sem controle. E novamente tive que forçar minhas palavras fortes de desafio na fé. Você não decidiu lutar. Então lutemos.
Mas só Deus sabe como tive que dizer estas palavras de ordem. Acho que sentia a cada momento a chama acesa, faltar  o azeite  para manter o fogo aceso. Mas, nas  noites  em vigílias   de orações, sozinho no meu quarto sentado ou deitado lutava para manter-me fervoroso.


"O Choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."

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