quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A liberação. De volta para casa



Até aquele momento ela não sabia de nada, apenas suspeitava que algo de muito grave estivesse acontecendo.  A liberação  dada pelo médico, voltamos para casa, o Flávio, motorista da Prefeitura com muito zelo no percurso, gastamos cerca de quase 2 horas de Curais Novos para Tenente Laurentino Cruz. Ficou instalada por alguns dias na Maternidade, com assistência carinhosa de todos os profissionais, enfermeiros, pessoal de apoio, enfim todos.
As visitas não paravam e a todo instante sentia-se mais a vontade.
Não poderia falar nada para ela sem que tivesse uma certeza absoluta que seria  dada pela biópsia, cujo material estava a disposição do laboratório para o estudo e efetivação do laudo.  Lutei em jejum e orações par que o laudo fosse negativo, mas era impossível aos olhos humanos o resultado negativo, em virtude da larga experiência dos médicos que a trataram falarem  com muita convicção.
Não poderia falar para que ela não se entregasse a má notícia, esse era o meu receio prudente. Falaria sim, mas com o laudo em mãos.
Doutor José Fernandes, homem experimentado na medicina, visitou-a e depois me levou para uma sala e me perguntou:    Eduardo falou com você? Respondi que sim, simplesmente sim, e desviei a conversa porque não agüentaria que arranhasse a minha fé, depositada apenas no Deus Todo Poderoso, Senhor da Vida e da Morte.
Novamente, depois de algumas conversas diferentes, inclusive sobre política, perguntou-me:  Eduardo, falou mesmo com você?  Respondi que sim e desta vez, disse, que sabia que o caso era muito grave e que não restava  alternativa a não ser depositar a confiança em Deus e mais nada.
Você não acredita em milagre? Respondeu-me, apenas baixando a cabeça.
 Senti que estava sozinho e me lembrei do Monte das Oliveiras e a agonia de Cristo.
Oh Deus, se possível for afasta de mim este cálice, mas se for da Tua vontade que eu o solva de uma só vez.

 "Conhece a tua hora de Visitação. Mat. 8:21,22"

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