sábado, 16 de julho de 2011

Sozinha com Jesus...


Eu já estava com as pernas muito inchadas e não tinha mais forças para me levantar, então quando ia ao banheiro ou mesmo sair da rede para a cama Fátima me levava praticamente nos braços. Consegui dormir um pouco durante a noite e no dia seguinte me levantei para tomar banho, pois ia para o CECAM – LIGA a fim de fazer a quinta quimioterapia. Quando Fátima me tirou da rede e eu consegui ficar de pé senti um caroço do lado da cirurgia (lado direito). Apavorada disse a Fátima. Ela, querendo me tranqüilizar, disse: “Gilza, isso não deve ser nada, fique tranqüila”. Eu respirei e fui tomar banho. A minha cabeça fervia. Pensava que eram outros nódulos e que o câncer tinha se espalhado.
Chegamos a LIGA por volta das 7 e 30 da manhã. Pediram uma cadeira de rodas, uma vez que eu não conseguia mais andar, e fomos para a oncologia. As auxiliares de enfermagem vieram e vendo o meu estado físico, totalmente debilitado e entregue, levaram-me para o repouso. Fiquei lá deitada e Fátima me acompanhando. A médica veio, fez a avaliação clínica, estava com um pouco de febre, viu meus exames e diagnosticou uma infecção. Receitou-me uns antibióticos, fez algumas orientações e me mandou para casa. Eu já sabia que não podia fazer quimio, pois tinha estado com febre os últimos dois dias. Fomos para casa e a noite recebi a visita de Genira, filha de Zé de Biu, seu filhinho, sua cunhada e uma outra mulher. Eu não consegui mais me levantar. Conversamos, elas oraram e adoraram a Deus pedindo por mim, pela minha saúde. A mulher que as acompanhava disse em um determinado momento que estava vendo Deus agindo em mim. Ela chorou, ficou arrepiada e dizia: “Eu gostaria que vocês vissem o que eu estou vendo. Um grande milagre vai acontecer na vida de Gilza”. Eu não tinha mais forças, mas em pensamento eu dizia: Obrigada Senhor Jesus que me cura por amor.
Fátima cuidou de mim carinhosamente e pacientemente me levantando, tentando me alimentar, me medicando... Mas, eu só piorava. Sentia muitas dores, como sentia dores...
No final da semana, eu quase já não falava, estava ainda mais debilitada e Fátima foi embora. Chiquinha Salú veio cuidar de mim. Fiquei muito feliz ao ver Chiquinha e Chaguinha que também tinha chegado. Chaguinha teve que voltar no mesmo dia. Sei que não foi fácil para ele, pois eu estava muito fraquinha...
Chiquinha ficou comigo e me levantava, me deitava, tentava me alimentar...
As meninas do coral da Imaculada Conceição gravaram um vídeo para mim cantando duas músicas que eu gosto muito:
Quem é esta senhora, revestida de sol, tão branca como a neve, de estrelas coroada. Ela é imaculada, mãe de Jesus, ela é nossa mãe ♪...
A outra música:
Outra vez me vejo só com meu Deus, não consigo mais fugir, fugir de mim. Junto as águas deste mar vou lutar, hoje quero me encontrar, buscar o meu lugar. Vou navegar (nas águas deste mar); navegar (eu quero me encontrar) navegar♪...
Acompanhei as músicas como se fosse uma oração, pois como diz a música, eu já estava entregue nas mãos de Deus. Como eu me senti bem! Chiquinha sempre ali, comigo, forte, sem demonstrar nada e eu inerte, cabeça branca, sem pensamentos... Já não conseguia falar, somente ouvia... Não pedia, somente esperava...
Continua...

Salmo 41-1,2
O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu renovas a sua cama na doença.
Eu dizia: Senhor, tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti.

Um comentário:

  1. "Tudo posso Naquele que me fortalece." Basta que me toques, SENHOR! Fica na PAZ! Um beijo no seu ♥

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