Depois daquele
dia 08/12/2012, foi a Natal –RN, para fazer novos exames e estava tudo bem com
os resultados mas o médico passou uma tomografia para que fosse feita,
informando que tudo estava bem e somente de posse da tomografia poderia
diagnóstica. Vale salientar que uma tomografia já tinha sido feita em Caicó-RN,
e o médico solicitou uma outra querendo dar mais segurança aos diagnósticos. Ao
mesmo tempo, recebeu exames que demonstraram uma pequena alteração nos
resultados.
Numa dessas
viagens de rotinas médicas sentiu-se mal e foi internada no CSO, para receber
medicamentos específicos, enquanto isso
o mesmo médico solicitou uma
outra tomografia, dessa vez para a cabeça.
E as dores de
cabeça foram acentuaram-se cada vez e tronando-se mais intensa. Até que numa
tarde de sábado do dia 15 de dezembro de 2012, ela me pediu para tomar um banho e depois comer algo. Levei-a ao
banheiro, mas tão logo começou o banho sentiu um desmaio tão forte que se não
estivesse atento perto dela teria caído ao chão, consegui levá-la até a cama,
enquanto gritei para que minha filha viesse para ajudar-me, e o desespero tomou
conta de todos nós porque aquela altura, nem respirava e nem dava sinal de
pulsação, chamei várias vezes enquanto chegavam os vizinhos, enfermeiros da
maternidade com transporte já preparados para levá-la para currais Novos,
cidade pólo de Saúde da Região do Seridó, mas logo me seguida ela retornou e
perguntou o que tinha havido e respondi que ela teria dormido. E respondeu que
estava tudo bem, e não queria ira a nenhum lugar, porque já tinha feito consultas e que a próxima consulta estava
marcada com o médico Quimioterapeuta que atendia em Caicó.
O que me deixou
mais preocupado ainda foi que naquele dia, logo após o acontecido os seus
familiares, duas irmãs e um irmão que moram em Caicó, vieram visitá-la de
surpresa e fiquei por deveras preocupado. Tratava-se de uma despedida!
Na terça-feira
da semana seguinte, 18 de dezembro de 2012, fomos a Caicó para que fosse feita
a consulta que estava previamente marcada. E tão logo feito a consulta os
resultados satisfatórios em que o médico de posse dos exames, falou que tudo
estava bem e não passava de uma enxaqueca em virtude do calor e viagens para
Natal, distante 250 km, mas que já tinha feito os procedimentos necessários
para solicitação de novos exames. Chegou a dizer que ela poderia comemorar o
Natal em família, tomar um copo de vinho, porque não conhecia fatores em que o
problema teria retornado e ainda mais, afetado a cabeça em virtude de que o
maldito problema era de origem uterina.(Dados fornecidos por ela e pela irmã
Helena que esteve presente à consulta).
Fiquei um pouco
mais tranqüilo, mas sempre com uma desconfiança porque as palavras dela com
relação ao assunto era sempre de tristeza. Viajamos a tarde para Tenente
Laurentino e como sempre, cantamos
juntos o tempo inteiro, conversamos como sempre, uma amizade além de todos os
outros momentos, não nego as vezes vinha o pensamento de está participando de
uma despedida, até porquê, ao contrário das outras situações, quando orava em
comunhão com Deus, na minha visão vinha como se estivesse vendo-a dentro do
caixão. Balançava a cabeça e dizia em voz alta, não, não, isso não pode está
acontecendo. Meu Deus!
Transcorrido os
dias depois da terça-feira, as dores
acentuando-se.
No sábado me
pediu para ir lá para o sítio porque queria está num local bem mais tranqüilo,
queria deitar na área da casa de Chiquinha, aquela mesma que a acompanhou em
2011 quando aconteceu o milagre que o Senhor Jesus promoveu estourando a
barriga dela e fazendo retirar todas as coisas indesejáveis a saúde dela.
Fomos e durante
o percurso num local denominado alto da lanchinha ela me perguntou: Chaguinha e
o meu pé de Groselha? ( essa planta teria sido levado por ela, trazido de
Gargalheiras para que plantasse porque ela gostava muito do fruto Groselha,
dizia que lembrava-se da gravidez de Clara,quando sentiu um desejo enorme
durante a madrugada e queria a todo custo chupar groselha).
Respondi que
aquelas alturas, sem que ninguém estivesse cuidando do sítio, mediante uma seca
da qual estamos atravessando, não acreditaria que tivesse sobrevivido. Também não falou nada mais.sobre o assunto da planta.
Durante o dia de
sábado sentiu muitas dores de cabeça, mas disse que tinha ficado mais
satisfeita porque sentiu que diminuíra e por sinal, dormiu bem a noite inteira,
quer dizer pelo menos sob os meus olhares porque não conseguia dormir tranqüilo
e a observava o tempo inteiro, mas se não dormiu bem pelo demonstrou calma e
serena.
No domingo,
acordou disse que queira voltar para o sítio e passar o dia por lá, pois estava
fazendo muito calor na cidade. Pediu, ainda, para levá-la para cortar o cabelo, fazer as
unhas das mãos e dos pés, e como sempre atendi, pois ela estava tão bem naquele
momento. E fez o que queria... agora durante os trabalhos sentiu dores.
Retornamos ao
Sítio de Chiquinha, mas durante o dia acentuou-se de forma tão forte que não me
achei em condições de tirá-la e levá-la para a cidade naquele calor escaldante
daqueles dias.
A noite fomos
para a cidade e já passei direto para a Maternidade e foi atendida recebendo
aquilo de praxe e como sempre, soro, etc.
Aquela noite
estava preparada para enfrentarmos um sofrimento tão grande, primeiro dela e
todos nós que estávamos cuidando, eu e minha filha e os enfermeiros que faziam
parte do plantão que aquelas alturas acredito que nem sequer sabiam o que fazer de
tão grade que era a situação. Confessor que tive medo de levá-la para outra
cidade, porque primeiro não tinha médicos para atendê-la, nem em Florânia e
Currais Novos, nem se fala em virtude do abandono que ora são divulgados pela
imprensa sob a Saúde Pública no Brasil.
Entre uma
convulsão e outra, cantávamos, orávamos junto com ela e ela com uma paz muito
grande mesmo que com todos aqueles sofrimentos. Num determinado momento, disse
para uma Senhora chamada Terezinha – professora, que estava cuidando da mãe com
problemas de saúde também, que achava que ela não conseguiria. Minha filha
cantou todas as músicas da igreja que sabia, a pedido dela e cantava junto com
Maria Clara, tudo isso entre uma convulsão de outra.
Esperava pelo
menos o dia amanhecer para sabermos o que poderia ser feito. Até que tomei uma decisão
que tão logo amanhecesse o dia, levaria para Caicó, para o CSO se lá tivesse em
virtude da existência da Liga naquela cidade.
Indaguei: Gilza,
vamos para Caicó, lá tem o CSO, será?
Ela respondeu:
Vamos...
Mas logo
desconfiei da resposta dela porque a conhecia muito bem e somente daria aquela
resposta de imediato quando tinha algo mais forte que precisava atingir. Ora, Caicó é a sua terra natal e localização de
todos os seus familiares, mas não coloquei outras evidências, faria qualquer
coisa naqueles momentos para ajudá-la.
E ao amanhecer o
dia, tomamos a ambulância e nos dirigimos para Caicó.
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